Pelo que estamos vendo, Jacareí ainda vai demorar para ter uma mulher na chefia do executivo. Elas são lembradas, quando muito, para candidatura a vice, meio utilizado pelos partidos para buscar votos no universo feminino, que contém a maioria do eleitorado.
Tudo bem que já tivemos candidatas a prefeito em eleições anteriores: Rosana Gravena, Cristina Quina, Therezinha Zerbini, Suzane Chafin, Judith Alcântara e, por último, Ana Abreu. Mas todas concorreram, nas ocasiões, sem qualquer expectativa de vitória. Ana Abreu, certamente teria possibilidade real agora, mas declinou da sua candidatura.
O prefeito Marco Aurélio de Souza, de 2001 a 2004, teve como vice a professora Maria Cristina, que chegou a assumir o cargo quando das férias ou viagens do alcaide, mas não deixou qualquer lastro das interinidades. Prova maior é sua candidatura seguidamente a vereador nas eleições posteriores com votações pífias. Poucos lembram dela como figura pública.
Teremos em 2020, e novamente sem chances, a professora Suzane disputando o pleito pelo PSOL e algumas mulheres ocupando a vaga de vice, especialmente daqueles que, ao que tudo indica, serão os mais votados. São elas: Rosana Gravena (Izaias Santana), Vera Lino (Marco Aurélio) e Marcia Barbieri (Arildo Batista), todas com passagem pelo serviço público e conhecedoras do que se refere à administração da cidade.
A dúvida que fica caso uma delas seja ungida ao cargo é o que realmente poderão fazer. O mais conveniente para todo governante é ter vice que não lhe faça sombra, e mantenha-se calado e fiel, mesmo se preterido quando da sucessão. A história de Jacareí registra que o último vice a marcar território e receber apoio para se candidatar foi Demésio Rodrigues, amplamente apoiado por Thelmo de Almeida Cruz, mas derrotado nas urnas; resultado mais surpreendente até hoje da política jacareiense.
Contradição maior em Jacareí será o PMB, Partido da MULHER Brasileira, participando pela primeira vez de uma eleição, e que, para surpresa geral, terá como cabeça de chapa o professor Claudio Leonetti... um homem. Assim fica difícil mudar a subserviência feminina aos caciques partidários. OBS: Alguém acha possível contestar o título da matéria?