A quadrilha que teve ao menos 36 integrantes presos na última terça-feira, dia 11 de agosto, tinha ligação com o tráfico internacional de drogas no Litoral Norte. Segundo o Ministério Público, foram presas as principais lideranças da associação em Campinas,
de onde as drogas eram recebidas da Colômbia e enviadas para Caraguatatuba, São Sebastião e Ubatuba.
A operação somou 48 mandados de prisão, com a efetiva detenção de 36 pessoas até às 15h30, a maioria delas em Caraguatatuba e também nas cidades vizinhas São Sebastião e Ubatuba. Um deles morreu em troca de tiros com a PM em sua casa, na região da Praia Brava em São Sebastião.
Os oito restantes encontram-se foragidos, alguns destes mandados também foram cumpridos em Campinas e Taubaté.
A força-tarefa foi realizada pelo Ministério Público e pelas Polícias Federal, Civil e Militar, segundo a equipe, a investigação teve início no meio do ano passado, quando promotores perceberam que a maioria dos flagrantes na região tinha histórico semelhante, onde pediram mais vigor nas investigações.
Pelas investigações, as drogas eram enviadas para a região por meio de uma 'mula', que seriam pessoas responsáveis somente pelo transporte. Quando uma dessas pessoas acabava presa em flagrante, advogados da associação iam nas delegacias para evitar que a quadrilha fosse delatada, e não para a defesa dos suspeitos.
"A operação cresceu em um nível tão grande que eu não consegui mais tocar sozinho e eu solicitei auxílio da Polícia Federal que fez as diligências investigativas para elucidar os fatos", explicou o promotor de Justiça Renato Queiroz de Lima, do Ministério Público de Caraguatatuba.
Entre os presos, está o vereador e advogado Flavio Nishiyama (PTB), de Caraguatatuba, que responderá por organização criminosa. Ele está em prisão preventiva e, se condenado, pode ter pena de três a oito anos de detenção. Segundo o MP, o advogado era um dos que se dirigia a delegacias para evitar que a quadrilha fosse delatada. Outros dois advogados que atuavam com ele também foram denunciados. Segundo a equipe, a ação incluía ainda a cobrança aos presos da droga que havia sido apreendida pela polícia.
O trabalho de investigação contou com os meios de interceptação telefônica, acesso de conversas por aplicativo, além da delação premiada de um dos envolvidos na associação criminosa que acabou preso. O total de drogas apreendidas e de dinheiro ainda é contabilizado pela operação.