É cada vez mais frequente a ocorrência de altas de temperatura no planeta, fato este associado às mudanças climáticas globais e localmente favorecidas pelos problemas ligados ao meio ambiente de uma cidade como:
arborização urbana inadequada, impermeabilização do solo e degradação dos recursos hídricos.
Uma área arborizada pode diminuir a temperatura de um local em até 8ºC, além de evitar enchentes, permeabilizar o solo, propiciar o aumento do tempo de vida da via asfáltica devido à área sombreada, reduzir a poluição sonora e do ar e servir de abrigo e alimento aos animais silvestres.
Neste contexto, é importante ressaltar que as árvores estão intimamente relacionadas à nossa qualidade de vida, visto que apenas duas delas produzem o nosso oxigênio em um período de 1 ano. Pesquisas constatam que espaços verdes na cidade estão associados à redução de problemas comportamentais, fator este de significativa relevância que vem sendo cuidadosamente tratado pelo setor da saúde.
A ausência de planejamento quanto à arborização urbana ao longo dos anos fez com que as árvores, um dos maiores patrimônios ambientais, fossem castigadas, perdendo cada vez mais espaço para o aumento desenfreado da urbanização.
De acordo com a ONU, mais de 3 milhões de pessoas no mundo migram semanalmente da zona rural para a urbana. Trazendo para nosso contexto, no Estado de São Paulo, 96% das pessoas vivem em cidade. Com isso, há uma disputa cada vez maior por espaço na área urbana.
Ainda que as áreas verdes contribuam para a valorização de imóveis, de acordo com o IBGE, um terço dos domicílios em área urbana não têm nenhuma árvore em seu entorno. É importante priorizar espaços como parques urbanos, com o uso adequado, principalmente em uma ocasião de isolamento social a qual vivemos, pois exercem funções importantes na qualidade socioambiental.
Eliane Rodrigues, Diretora de Projetos Ambientais da Secretaria Municipal de Santa Branca, ressalta a importância do Programa Município Verde Azul do Governo do Estado de São Paulo, visto que institui a obrigatoriedade de implantação do Espaço Árvore nos novos loteamentos, prédios próprios públicos municipais, no viário carroçável e em áreas consolidadas ou não. Segundo Eliane: “Uma medida que quando adotada permite um espaço adequado às árvores e assim transforma o índice de cobertura vegetal da cidade”.
Pelo fato das árvores serem “indivíduos” que vivem muitos anos, é necessário um planejamento além dos 4 anos de um mandato político, pois a vigências das leis municipais é ínfima e o interesse político em dar continuidade aos projetos edificantes dos governos pretéritos é nulo, mesmo que estes projetos sejam de preponderância pública.
Continua no próximo texto, que abordará a importância em manter saudável o meio natural urbano e seus desafios para o alcance deste fim. Não devemos esperar soluções simples para assuntos complexos.