Certas pessoas não se atêm ao simples fato de viver. Elas vivem intensamente, aceitando o que a vida lhes apresenta e transformando tudo em momentos de aprendizado, aproveitando cada segundo, cada bênção divina, cada nova lição…
Cumprindo com empenho a missão que lhes foi dada, amando o novo dia como se fosse o último… E deixando muito mais do que um nome, um número ou uma estatística no mundo. Deixa filhos, netos, um legado de amor e respeito… Uma lembrança, palavras, fotos… Que hoje são história. Assim, foi Alcides Torres!
Filho de Adriano de Moura Torres e de Izabel Torres, Alcides Torres era irmão de Henriqueta Barros e cunhado de Raul Barros (proprietários da antiga Padaria Barros, em Guararema. Jornalista renomado, trabalhou em jornais como A Gazeta Esportiva, Cidade de Santos, A Última Hora e Folha da Tarde.
Casou em 14 de janeiro de 1944 com Margarida Kmetitsch e teve três filhos: Isabel, Marina e Alcides.
Além de jornalista, Alcides Torres era um artista consumado. Seu trabalho como desenhista foi publicado em vários jornais, revistas e livros. Seus quadros e aquarelas estão distribuídos entre colegas, amigos e familiares. Um de seus quadros foi exposto na Bienal de São Paulo.
Escritor sensível e inspirado deixou também admirável acervo de poesias! Fotógrafo reconhecido internacionalmente era um inspirado observador do mundo e das pessoas. Capturou momentos e lugares indescritíveis através de suas pinturas, fotos, quadros e poesias.
E Guararema e região foram fonte inesgotável para suas fotos, pinturas a óleo e aquarelas. Marina de Moura Torres, uma das filhas de Alcides, vive atualmente em Miami. Lembra bem que a mãe faleceu em 1963 e deixou os filhos pequenos para o pai criar. Alcides nunca mais se casou e criou os filhos sozinho através dos tempos turbulentos da ditadura militar, mais sentidos ainda pelos jornalistas, contando com a ajuda, amor e carinho da família.
Morando em Miami, sempre que vem ao Brasil, Marina faz questão de visitar Guararema onde vê a irmã Isabel, seu marido José Luiz Quadro Barros no Sítio do Zé da Isabel e o sobrinho José Luiz Torres Quadros Barros, residente na cidade.
Marina recorda a alegria da família quando reunia-se na casa da padaria de Dona Henriqueta e Seu Raul. Lembra da alegria, dos passeios e da viagem de trem de São Paulo para Guararema. Era tudo uma aventura, uma alegria e agora uma saudade imensa para nós que ainda estamos aqui e que continuamos a amar esta cidade que nos deu tanta felicidade e que povoa nossas lembranças, conta Marina. E enfatiza: Ao Tio Raul, Tia Henriqueta, Tio Adriano, Nena, vovó Isabel, minha mãe Margarida e meu pai Alcides Torres, a homenagem de sua família. À Padaria Barros, um aceno saudoso.
Fotos do arquivo da família e fotos antigas de Guararema, por Alcides Torres
Texto: Valéria Campanholle Parra (matéria publicada no Jornal Guararema 113 Anos, pela Editora D Guararema, em Setembro de 2012).