Nos impressiona o número de cidadãos que agem como se fossem vereadores. Nas postagens em redes sociais se pavoneiam como os verdadeiros representantes do povo e tecem críticas ácidas aos atuais ocupantes das vagas no legislativo.
Menosprezam ou ignoram a excelente qualidade dos serviços prestados no Atende Bem, apesar de usá-lo para protocolar os problemas que caçam pela cidade.
Escrevo assim por acompanhar as páginas pessoais ou de grupos que fazem parte. Solicitam poda de árvores, capina, fiscalização, limpeza de ruas e bueiros, asfaltamento e tapa-buracos. Só falta indicarem nomes de ruas ou prédios públicos, vontade não lhes falta. O engraçado da situação é que fazem exatamente aquilo que criticam quando é feito pelos vereadores, na verdade, os representantes legais constituídos. Alguns ainda tem a audácia de apregoar que está representando a “comunidade local”, mesmo sendo morador de outro bairro, não por acaso distante muitos quilômetros.
Questionados sobre a Lei Orgânica Municipal, Constituição Brasileira ou normas que regulam os vários órgãos municipais mostram total analfabetismo nos assuntos, e o mais completo despreparo para exercer cargo no legislativo. Na verborragia que lhes é peculiar usam as mesmas práticas do século passado, e, mais triste ainda, muitos são jovens na faixa entre 20 e 30 anos com atitudes idênticas mesmo se dizendo renovação. Estão renovando o quê?
Nota-se que a imensa maioria desconhece a legislação eleitoral ou sequer é capaz de entender o quociente eleitoral, resultado matemático que define o número de votos necessários para obter uma cadeira na Câmara. Acreditam ser possível obter um mínimo de 1.500 votos dando tchauzinhos pelas ruas, escrevendo abobrinhas nas páginas sociais ou falando mal dos atuais vereadores. Mas endeusam secretários para parecer íntimos.
Permanecendo a quarentena não teremos comícios, passeatas e atividades com presença de público, o que facilitará por demais a campanha dos que buscam a reeleição. A estrutura dos gabinetes, funcionários, telefones, matérias nas rádios e jornais, presença nas sessões e programas da TV Câmara são excelentes vitrines que os demais não disporão.
Restará aos pseudos vereadores tentar novamente em 2024. E alguém duvida que o farão de novo?