Os dias de Elvis Presley a partir da segunda metade da década de 1970 não eram áureos como os da época que esteve no auge, porém ainda rendia grandes frutos, com problemas de saúde, sua presença de palco diminuía gradativamente com a perda do fôlego e movimentos, mas seus shows ainda estavam na lista dos mais caros dos Estados Unidos.
O colapso do rei aconteceu em 16 de agosto de 1977, vítima de um ataque cardíaco na sua famosa mansão de Graceland, enquanto usava o banheiro pela manhã. Com apenas 42 anos, seu público e familiares foram pegos de surpresa com seu falecimento, sem testamento ou planos para a transmissão de seus bens.
De acordo com a BBC, o levantamento feito por sua gravadora após o falecimento seria de que, ao longo de sua carreira, o cantor teria rendido mais de US$ 100 milhões. Porém, antes de morrer, seu último imposto de renda declarava a quantia de apenas US$ 5 milhões, além de diversas dividas com residências e do custo alto de vida.
A herança do rei, por mais que já havia separado de Priscilla Presley, a exesposa foi responsável por parte da execução de seus bens em decorrência de Lisa Marie, única filha do casal, que herdaria diretamente sua fortuna. A então namorada do músico, Ginger Alden, não teve acesso a seu patrimônio, mas foi amparada pela família Presley.
O principal mantenedor de seu patrimônio até Lisa Marie atingir a maioridade seria Vernon, pai de Elvis, que viveria por mais dois anos, mas seria responsável pela ideia que faria a família lucrar durante os anos seguintes; expondo Graceland com visitas guiadas, loja de lembrancinhas e até uma lanchonete que vende o sanduíche preferido do filho, Vernon conseguiu abater as dívidas do cantor.
Com sua mansão exposta, no entanto a IRS responsável pela declaração de bens nos EUA definiu que os US$ 5 milhões declarados anteriormente não estavam compatíveis e redefiniu o imposto sobre US$ 10 milhões, duplicando a dívida. Para piorar, os direitos em suas músicas não foram direcionados aos familiares, sendo propriedades da gravadora RCA e de seu empresário, Tom Parker.
Sem os royalities, a fama de artista com mais vendas após a morte não contribuía diretamente com o bolso dos Presley, que recorreram a alternativas para obter receita com a memória do cantor. Felizmente, o sucesso da Graceland deu o título da casa como a segunda mais visitada dos EUA, com mais de 650 mil visitantes ao ano. Tal apreço transformou o patrimônio da família, que foi declarado em cerca de US$ 100 milhões em 1993, 16 anos após o óbito.
No mesmo ano que o patrimônio dos Presley atingiu a centena de milhão, Lisa Marie completou 25 anos, podendo herdar todo o patrimônio do pai. Além disso, passou a administrar a mansão e a imagem do pai, autorizando seu uso em marcas. Porém, diversos problemas matrimoniais e de saúde resultaram em um vício de Lisa em remédios controlados, interferindo diretamente na gestão.
Com auxílio do empresário Barry Siegel, a herdeira manteve um fundo de investimentos para manter o patrimônio do pai, o Elvis Presley Trust. Mesmo com 85% das participações na propriedade vendidas até 2005, os bens materiais e os direitos sobre a Graceland permaneciam intactos, sendo exclusivamente tratados por Lisa Marie e Barry.
O patrimônio parecia publicamente protegido, porém, em março de 2019, o Daily Mail teve acesso aos documentos judiciais de um processo dos gestores, onde Lisa acusou Barry de ter sido irresponsável com a gestão, diminuindo a fortuna de US$ 100 milhões para apenas US$ 14 mil em caixa, investindo em negócios falhos. Hoje, Lisa recupera o prejuízo com a arrecadação nas visitas a mansão do pai e aguarda a conclusão do processo.