Estamos às vésperas do Natal! Uma época do ano que ficamos mais envolvidos nesse clima de amor, esperança e harmonia que fica no ar.
Aproveitando a ocasião, trago uma história de superação, coragem e determinação que nos inspira e faz repensar em nosso modo de enxergar a vida.
Em um país como o nosso, sabemos que as dificuldades enfrentadas pelos estudantes são muitas, principalmente a conquista do tão sonhado diploma de nível superior.
Imagine como seria mais difícil alcançar esse sonho se você tivesse algum tipo de deficiência?
A Universidade do Estado do Amazonas (UEA) conta com 135 alunos PCDs matriculados. Só isso já é motivo de grande orgulho para todos, pois sabemos das enormes dificuldades enfrentadas pelos deficientes.
Agora imagine um jovem que se tornou o primeiro PCD a se formar em Medicina: Luiz Herbert Alves de Souza, que é natural de Eirunepé – Amazonas, aos 16 dias de nascido teve uma parada cardiorrespiratória. O único médico do município tentou reanimá-lo sem êxito, chegando a decretar óbito.
Após alguns minutos, percebendo que o bebê apresentava movimentos, familiares chamaram o médico, que recomeçou a ressuscitação cardiopulmonar e conseguiu reverter o quadro. Ainda assim, a falta de oxigenação causou uma paralisia cerebral e deixou seqüelas na criança.
Com tudo isso acontecendo, os pais se perguntavam: O que devemos fazer agora?
Herbert cresceu sem o controle dos movimentos, principalmente das pernas. Aprendeu a ler e escrever em casa, pois a família tinha receio que, frequentando a escola não fosse aceito pelas outras crianças e não tivesse auxílio dos professores. Só aos 10 anos de idade, após muita insistência de parentes e amigos da família, entrou em uma escola até completar o Ensino Médio.
Ainda em sua terra natal, Herbert estudou mais 2 anos e meio do curso Ciências Econômicas na UEA.
Em virtude do tratamento, o estudante veio para Manaus e prestou vestibular no ano de 2012, época em que o sistema de cotas ainda não era vigente para o ingresso de PcD’s. A distribuição era por polos, no qual o aluno concorreu entre quatro vagas e se classificou em 3° lugar no curso de Medicina, um dos mais concorridos do estado.
O jovem se mudou para Manaus na intenção de continuar seu tratamento que incluía muita fisioterapia.
Como não queria ficar parado, com a vida resumida somente ao tratamento, optou pelo curso de Medicina para entender melhor a sua deficiência e assim contribuir de alguma forma com o seu tratamento.
Passado um ano do seu ingresso no curso de medicina foi constatada a necessidade de reformas gerais no prédio para receber o novo estudante. Tanto a casa de Herbert como o prédio onde estudava, passaram por diversas adequações estruturais para melhor acessibilidade de todos os PCDs.
Para que pudesse acompanhar as aulas no laboratório, a escola encarregou-se de adquirir uma cadeira de rodas motorizada com sistema de elevação para as reais necessidades do usuário. Outras reformas na infraestrutura do prédio foram feitas, principalmente nos banheiros e bibliotecas, nas quais a questão da acessibilidade teve maior relevância.
Todas essas adequações foram de fundamental importância na vida de Herbert, o que somado à sua determinação e força de vontade, fazem com que ele continue vencendo os obstáculos da vida e conquistando os seus objetivos.
Uma história como a de Herbert nos emociona e faz pensar.
Vou ficando por aqui e deixo para vocês essa incrível história de superação.
Desejo a todos boas festas e que 2020 nos traga muito sucesso e muitas outras histórias para compartilhar!