O homem foi à Lua, inventou a lâmpada, o rádio, o telefone, a televisão, o celular, o computador, mas não parou por aí, continua a descobrir, inventar e criar.
No entanto, sublime mesmo foi quando o homem descobriu que poderia ser pai. Não no sentido do ato da concepção, que já é sabido há tempos, mas aquele momento mágico em que o homem resolveu deixar de lado comportamentos e hábitos incutidos pela cultura machista e, a partir daí, pôde se entregar, envolver, deixar levar pelas emoções e, principalmente, não ter vergonha de mostrá-las.
Pais que marcam presença na sala de parto, dão banho, trocam fraldas, preparam mamadeiras, sabem os horários dos remédios e levam as crianças para brincar na pracinha.
Pais que vão às reuniões escolares, sabem fazer maria-chiquinha no cabelo de sua pequena, seguram em um dos braços a sua filha e no outro uma boneca e que, pacientemente, aceitam e tomam todos os chás de faz de conta servidos numa xicarazinha rosa.
Pais que ensinam a andar de bicicleta, chutam bola, brincam de “lutinha”, embolam com os filhos na grama, no tapete, em cima da cama e na areia da praia.
Pais que dão bronca, orientam, falam sobre sexo, dialogam, contam experiências próprias e, assim, fornecem exemplos sadios.
Pais que acordam de madrugada para buscar os filhos e os amigos dos filhos na balada e que permitem a turma toda acampar pela sala, como uma forma de não os perder do raio de visão.
Pais que choram, preocupam-se, emocionam-se, exteriorizam palavras e sentimentos. Deixaram de ser engessados, mas, em hipótese alguma, tornaram-se menos homens por causa disso.
Pais que se descobriram “pais” (no verdadeiro sentido da palavra) deixarão marcas de amor em seus filhos. Marcas, que muitas vezes, podem levar anos para serem entendidas e assimiladas pela prole. Mas, quando acontece, é mágico, encantador e arrebatador.
Inegável que o homem é responsável por invenções que mudaram para sempre a nossa vida, mas formar cidadãos do bem ainda é o melhor legado que se pode deixar para a humanidade.