No marasmo que anda a política local, a professora Ana Abreu causou verdadeiro tsunami com dois fatos no curto espaço de sete dias. O primeiro, comparecendo em um evento do PDT deixando-se fotografar ao lado de Marco Aurélio e Hamilton Mota, ex-prefeitos e expoentes do PT na cidade.
Falatórios em profusão deram conta de que ela seria vice de um dos dois, a depender de recursos de adversários na justiça. Em seguida concedeu entrevista na Rádio Mensagem para logo depois postar uma mensagem nas redes sociais confirmando sua desistência de disputar qualquer cargo nas eleições de outubro.
Segunda colocada em 2016 muitos à viam como potencial candidata a vencer o próximo pleito, abrindo flanco na eterna contenda PT x PSDB que Jacareí carrega por todo o século XXI.
Inegável, até para os adversários, a inteligência e eloquência de Ana Abreu quando na posse de um microfone. Mas ser prefeita e exercer um mandato exemplar é questão que somente o tempo diria. Seu currículo eleitoral registra três derrotas seguidas, apesar da boa votação em Jacareí em todas ocasiões. E quais lições aprendeu com as derrotas?
Faltou antes e faltaria novamente em 2020 forte estrutura partidária e financeira para o combate nas urnas. Filiada ao PSB e sem nomes de expressão para compor a chapa de vereadores – a vereadora eleita em 2016 migrará para outra legenda – faria o papel de Davi lutando sozinha contra dois Golias (Marco Aurélio e Izaias Santana), ambos com exércitos poderosos enquanto ela teria de lutar com as próprias mãos e seu poder de comunicação. Muito pouco para sair vitoriosa na disputa eleitoral.
Desistir foi muito prudente, até para que possa subsistir politicamente. Ana ainda é jovem e pode arregimentas forças e setores para tentar ser deputada em 2022 ou prefeita em 2024. Sua vocação é o executivo, mas um período no poder legislativo seria passaporte ideal para mostrar que, além dos predicados pessoais e profissionais, estaria pronta para assumir a cadeira de prefeito de Jacareí. Quanto ao PSB precisa melhorar em qualidade para lhe dar sustentação, começando na esfera federal. Mas isso é outra história.